Professores e professoras debatem Reforma do Ensino Médio com comunidade escolar

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Professores e professoras do Colégio Estadual Maria de Lourdes, localizado em Riachuelo, construíram, de forma coletiva, uma proposta de matriz curricular para combater as imposições e as armadilhas da Reforma do Ensino Médio, que a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) tenta empurrar a qualquer custo nas escolas da rede estadual.

A proposta de currículo construído pelos professores e professoras foi apresentada em plenária com a comunidade escolar, nesta terça-feira, dia 27. A proposta tem como base cartilha elaborada pelo SINTESE “Orientações de Enfrentamento a Reforma do Ensino Médio da Seduc para as Escolas Estaduais”

A cartilha foi construída por meio de um Grupo de Trabalho, formado por professores e professoras da rede estadual, de todas as regiões de Sergipe, com orientação do professor do departamento de Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora, Dr. André Martins. O objetivo do documento é orientar professores, professoras e escolas na construção de matrizes curriculares que levem em consideração à realidade das escolas à luz da contrarreforma do Ensino Médio.

ACESSE AQUI A CARTILHA: https://www.sintese.org.br/download/cartilha-para-o-enfrentamento-a-reforma-do-ensino-medio-da-seduc-para-as-escola-estaduais/

O vice-presidente do SINTESE, professor Roberto Silva, coloca que é fundamental que professores e professoras compreendam que a postura adotada pela Seduc, diante da Reforma do Ensino Médio, ataca a autonomia das escolas, a autonomia docente e promove a precarização e a desprofissionalização de professores e professoras. Além de submeter os estudantes a um currículo que empobrece a formação humana e enfraquecer as possibilidades de realização de uma sólida formação geral .

“O que estamos vendo hoje aqui em Riachuelo é necessário que aconteça em todas as escolas de ensino médio da rede estadual. Precisamos reagir, precisamos nos reunir, entender o que é essa Reforma do Ensino Médio e combater. Para isso, cada escola precisa construir a sua proposta de currículo, levando em conta sua realidade, as demandas e necessidades de seus estudantes para a elaboração de um currículo autônomo, que valoriza o ensino e a aprendizagem de qualidade social”, aponta o vice-presidente. 

SINTESE pretende realizar plenária nas escolas de ensino médio

Os educadores e educadoras que querem compreender melhor a Contrarreforma do Ensino Médio, e seus impactos para professores e estudantes, devem entrar em contato com SINTESE. O sindicato já realizou diversas plenárias neste ano de 2021 sobre o tema, mas continua aberto para realizar o debate com os professores e professoras de todo o estado.

Para agendar plenária nas escolas de ensino médio os professores devem entrar contato com o SINTESE através dos seguintes telefones:

2104-9803 (falar com Amanda – funcionária do departamento de Base Estadual do SINTESE)

9.9645-7975 (falar com Amilton – diretor do SINTESE)

Contrareforma do Ensino Médio

Nos últimos anos a educação tem sofrido ataques frontais por parte do Governo Federal, sobretudo após o golpe de 2016. Entre os ataques está um projeto conhecido como “Novo Ensino Médio”, elaborado pelo golpista Michel Temer, a fim de atender aos interesses políticos e econômicos dos grandes empresários da educação. O governo de Bolsonaro segue o plano e realiza a chama Reforma do Ensino Médio, com largo apoio dos Governos Estaduais. 

Em Sergipe, o Governo Belivado Chagas, por meio da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), não perdeu tempo e desde que a Lei foi aprova vem tentando impor o novo Ensino Médio nas escolas da rede.

Este movimento se expande ainda mais em 2020, com a pandemia. A Seduc aproveitou do momento em que as escolas estavam fechadas, e da impossibilidade das comunidades se reunirem, para impor seu projeto sem ampla discussão.

 O projeto da Seduc significa a destruição das disciplinas do modo como as conhecemos e a implementação de uma fluidez curricular que fragmenta e enfraquece a formação porque secundariza os conhecimentos coletivamente elaborados. Além disso, significa também a redução e a oscilação na carga horária dos componentes curriculares através da oferta em semestres.

Apesar da Seduc afirmar que ninguém será prejudicado, fica evidente que o projeto é regressivo e promoverá um apagão na educação em Sergipe afetando a escola pública.