A falta de professores na rede estadual de ensino foi o assunto que reuniu na manhã desta quinta-feira, 7, professores do Sintese, diretores de escolas da rede estadual de Aracaju, a secretária adjunta da Secretaria de Estado de Educação (SEED) e da Secretaria de Administração na audiência realizada no Ministério Público Estadual, no 4º andar da Procuradoria Geral de Justiça.
A audiência foi uma resposta às denuncias veiculadas na mídia sergipana de pais de alunos que verificaram falta de professores nos estabelecimentos de ensino. O diretor da escola Petrônio Portela relatou a falta de professores de Geografia e de Arte. A diretora da Escola Lucila Morais Chaves informou que só falta um professor de Artes porque o último se aposentou, e as demais ausências já foram supridas.
A diretora Jaci Souza Santos, da Escola Jackson de Figueiredo, declarou que só falta um professor de Geografia, que já está sendo providenciado pelo DEA. O promotor Luís Fausto Dias de Valois Santos questionou a Secretária Adjunta da SEED e os diretores sobre o período em que os alunos ficaram sem aula e como será a reposição dos assuntos que não foram ensinados. Ele deu um prazo de dez dias para o encaminhamento dessas informações.
A professora e presidente do Sintese Ângela Melo afirmou que a falta de professores na rede estadual de ensino é um problema muito mais sério, profundo e abrangente, e não se resume ao problema de reposição dos aposentados. Ângela chamou a atenção para a necessidade de saber quantos professores faltam em toda a rede estadual de ensino e lembrou do Termo de Ajustamento de conduta, que estabelece como prazo o dia 30 de outubro para que a Secretaria faça o levantamento da necessidade de professores na rede estadual de ensino.
“A Escola Gilberto Freire iniciou o ano letivo esta semana porque estava passando por reformas na estrutura física. Quando estes alunos vão concluir o ano escolar? A SEED precisa apresentar o real diagnóstico do quadro de professores do estado, com a formação e um plano de reposição para as aposentadorias. Esse é um tema corriqueiro e precisa ter uma solução definitiva, que só pode ser a realização de concurso público”, avaliou a presidente do Sintese.
ENORME DEMANDA
A Secretária Adjunta de Educação Hortência Maria Pereira de Araujo diz que a falta de professores na rede estadual foi causada pela aposentadoria de profissionais, e que o quadro está sendo reposto na medida em que surge a vaga. Ela informou que a SEED já convocou mais de 1600 professores do processo seletivo simplificado, mas 310 desistiram. “Estamos fazendo o levantamento de todos os concursos realizados desde a década de 80. Isso é algo que nunca foi feito, por isso leva tempo”, informou a secretária adjunta.
Os diretores do Departamento de Base Municipal, Roberto Silva Santos e Neilton Diniz acreditam que a audiência seria mais produtiva se ao invés de rebater as denuncias, houvesse uma real solução do problema da falta de professores na rede estadual de ensino. “Precisamos denunciar esta sangria da falta de professor. O problema neste diálogo é o verbo no gerúndio: ‘estamos resolvendo’, ‘estamos mandando professor para a escola’, é uma ação contínua que não se conclui. E os alunos continuam sem professor em sala de aula”, afirma o educador Neilton.