Itaporanga: professores e professoras negam proposta feita por prefeito e seguem na luta pelo piso

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O prefeito de Itaporanga D’Ajuda, Otávio Sobral, ignora a máxima de que ‘direitos não se trocam ou se negociam’ e apresenta uma vergonhosa proposta que massacra a carreira de professores e professoras, “em troca” do pagamento da atualização do piso salarial de 2022.

Diante da descabida proposta, a resposta de professores e professoras só pedira ser uma: NÃO. A categoria recusou, de forma unanime, o apresentado pela gestão municipal, em assembleia realizada nesta quinta-feira, dia 02.

Na ocasião, o magistério municipal ainda aprovou uma contraproposta de parcelamento, em três vez, do valor do percentual estabelecido para a atualização do piso em 2022, que é de 33,24%. De acordo com a contraproposta da categoria, a primeira parcela seria paga pela prefeitura ainda no mês de junho.

A proposta feita, pela gestão de Otávio Sobral, é tão absurda que, caso entrasse em vigor, alguns professores e professoras chegariam a acumular perdas de 40% em seus vencimentos.

Para barrar essa tentativa de extermínio de suas carreiras, professores e professoras aprovaram também durante a assembleia uma agenda de luta. A ideia da categoria é fazer mobilizações e expor as perdas salariais diante do proposto pela gestão municipal.

Além disso, professores e professoras também buscarão diálogo com autoridades do município, inclusive com a câmara de vereadores.

Para o diretor do SINTESE, professor Benizário Júnior, que vem acompanhando de perto as negociações em Itaporanga, a proposta apresentada pela gestão do prefeito Otávio Sobral não é apenas vergonhosa, mas também um insulto.

“É um insulto a esta categoria a proposta feita pela gestão de Itaporanga. A proposta empobrece professores e professoras. É literalmente o inverso do que representa a Lei que assegura o nosso piso salarial, que é valorização, dignidade. O piso é Lei. Portanto, é absurdo a prefeitura dizer que vai assegurar um direito, retirando tantos outros conquistas com muita luta. O SINTESE segue aberto ao diálogo, vamos encaminhar a nossa contraproposta e esperamos que a gestão do prefeito Otávio Sobral reveja o que nos apresentou e não queira ficar marcada na história da cidade como aquela que destruiu a carreira de professores e professoras da rede municipal de ensino”, enfatiza o dirigente do SINTESE

O piso salarial é assegurado a professores e professoras da rede pública de todo o Brasil, desde 2008, pela Lei Federal 11.738, que diz que o piso deve ser atualizado anualmente sempre em janeiro. A atualização deve ser feita de forma automática e assegurando os direitos da carreira, cumprindo também decisões do STF e STJ.