Os professores da rede estadual deram 5,2 ao governo Marcelo Déda no ano de 2010. Nas três edições anteriores da Prova Final (2007, 2008 e 2009) o governador teve as notas 3,4; 3,6 e 4,6 respectivamente. Vale ressaltar que a nota da rede estadual foi derivada a partir das notas individuais atribuídas a ele, em todos os municípios, divido pelo número de votantes.
Para a direção do SINTESE o aumento da nota se deve a consolidação do Piso Salarial Profissional Nacional que aconteceu no mês de janeiro deste ano Já se percebe, embora de forma ainda tímida, uma política de reformas das escolas.
Mas consideraram também que os professores foram generosos com o governador. A rede estadual vive hoje grandes problemas: há um caos na parte administrativa, atualmente um grande número de professores está fora da sala de aula, em funções administrativas nos órgãos da Secretaria de Estado da Educação e isso gera uma falta de docentes, principalmente nas escolas do interior do estado.
Há também um grave problema no transporte escolar, pois o ano letivo da rede estadual ainda não terminou, mas o transporte ainda não está garantido. Depois de passar vários meses sem professores, agora correm o risco de ficar sem ir a escola devido a falta de transporte.
Redes municipais
As notas dos prefeitos também foram divulgadas, em 2010 somente 17 prefeitos tiveram nota igual ou maior que 5,0. A maior delas ficou com a prefeita Ana Helena Andrade de Arauá, com, 7,1 e a menor nota foi para o prefeito de General Maynard, José Evangelista dos Santos Filhos, que amargou 0,7.
Os prefeitos onde as notas ficaram abaixo de cinco têm um histórico de criar obstáculos nas negociações para revisão/implantação do piso salarial e também pela falta de condições de trabalho além de não valorizarem do professor.
“As notas dadas pelos professores são o reflexo do momento por qual eles passam, durante o ano. Nos municípios onde houve diálogo e há possibilidade de discussão na busca por uma escola pública de qualidade as notas foram maiores, onde isso não existe é natural que as prefeituras tenham notas baixas”, explicou Ângela Melo.
O município de Itabaiana, onde o prefeito Luciano Bispo teve nota 2,8 é um exemplo. O ano de 2010 foi um martírio para o magistério. Atualmente os professores lutam para receber o 13º salário. Somente os professores que têm conta no Banco do Brasil receberam parte do 13º salário. Isso porque a prefeitura fez um cálculo que gerou perdas salariais de até R$600. Situação crítica vive também os educadores aposentados que não receberam nada até agora.
“Essa nota foi um reflexo da política implementada pelo prefeito, nós em 2010 não avançamos na carreira, lutamos para manter nossos direitos. Os professores continuam desvalorizados e as escolas não dão condições de trabalho para o magistério”, disse a coordenadora da sub-sede Agreste do SINTESE, Rita de Cássia dos Santos.
O prefeito de Neópolis, Marcelo Guedes também foi um dos que levou nota baixa dos professores. Os 2,4 foram em virtude da falta de negociação para a implantação do piso salarial e as péssimas condições das escolas do município.
Cultura e Irreverência
Antes da divulgação das notas, as pessoas que passaram pelo calçadão da rua João Pessoa puderam conferir as apresentações do Coral do SINTESE, do grupo folclórico que apresentou o São Gonçalo e também o grupo Palco na Luta que utilizando o Teatro do Oprimido apresentou uma peça que teve como tema a Gestão Democrática. “Entendemos que a Cultura também faz parte do processo de luta por uma educação pública de qualidade”, comentou Ângela.
Uma representação da coruja, símbolo do sindicato, levou ao público a parte lúdica do ato. Quem quis participar pode atirar bolinhas, alusão ao episódio da bolinha de papel que teve o candidato à presidência José Serra como personagem principal, nos problemas da Educação sergipana.