A ideia de trazer a cultura para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica de Sergipe (SINTESE) motivou a criação do Projeto Sintese Cultural. Antes da consolidação da proposta algumas atividades já desenhavam a importância da cultura para a integração e fortalecimento das lutas. O pontapé foi dado com o coral em 1995, durante a gestão Resistência, presidida pela Professora Ana Lucia. Mas, a inovação somente viria a ter sucesso com o surgimento do Departamento dos Aposentados. Assim, o coral passa a ser composto pelas professoras e professores que obtiveram aposentadoria. O Canto Coral é a voz daqueles que contribuíram e tem muito a contribuir na luta pela melhoria da educação. Além de ser também espaço de interação entre os aposentados. “Muitos depois da aposentadoria acabam cuidando de atividades domésticas (continuam a trabalhar), é preciso inseri-los na luta”, comenta a Professora Ângela. O Forró do Sintesão (contemporâneo do coral e realizado anualmente) ganha uma nova conotoção, principalmente com as contribuições da professora Bernadete; a festa não se resume à música – painéis acontecem nesse espaço e temática é sempre relacionada à luta da categoria. Visando uma melhoria no desenvolvimento das atividades pedagógicas dos educadores, o Sintese Cultural criou oficinas permanentes de teatro do oprimido, dança de salão e dança folclórica. O grupo de teatro “Palco na Luta” aplica o que aprende na oficina ministrada por Aldo Rezende e Helen Melo nas salas de aula. As peças abordam temas como gestão democrática e transporte escolar, contribuindo para o conhecimento e o debate com a comunidade que compõe a escola. “A primeira turma do T.O. hoje é multiplicadora e ajudará as turmas novas turmas” enfatiza Ângela. O recém lançado “Carregadoras de Sonhos” também é parte do projeto cultural. O filme (primeiro a ser produzido por uma organização sindical) tem proporcionado discussões acerca da apropriação da cultura por entidades de luta e motivado trabalhadoras e trabalhadores, que viram suas histórias contadas através do cotidiano das quatro professoras que protagonizaram o longa-metragem. A perspectiva do Sindicato é de expansão dessas atividades de acordo com a solicitação dos professores. À medida que surgirem novas necessidades, serão discutidas formas de conduzi-las. Toda ação cultural do Sintese está ligada a um processo contínuo de formação política dos sindicalizados, afinal, a cultura é necessária para o acúmulo de forças e o despertar das consciências na luta pela transformação da sociedade.