As cores do arco-íris tremularam com o vento da Orla de Atalaia no ritmo confuso de vários trios-elétricos durante a 10ª edição da Parada do Orgulho Gay, realizada na tarde e noite deste domingo, 21. Uma vasta multidão marcou presença na festa de combate à homofobia e ao preconceito contra homossexuais. Neste ano, o símbolo do evento foi um par de alianças, numa referência ao direito de União Estável, reconhecido em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que se traduz em grande conquista para os militantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais).
A presença de um público bem diversificado na festa não surpreendeu Marcelo Lima, presidente da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (ADHONS), uma das entidades organizadoras da Parada em Aracaju. “A gente tem tido uma aglomeração cada vez maior da população do Estado de Sergipe e muito apoio de novos setores da sociedade, porque a Parada já não é mais só um evento de gays, mas um dos movimentos políticos que mais coloca pessoas nas ruas”, apontou.
Para Marcelo está claro que a música, a dança e as fantasias não escondem a mensagem política que a Parada do Orgulho LGBT vem trazendo ao longo dos anos. “É um ato em que as pessoas têm coragem de mostrar suas fantasias e reivindicar políticas públicas. É também um movimento de afirmação do sujeito LGBT, enquanto sujeito de direito, por isso que eles e elas se amam e se beijam”, explicou.
NOVAS CONQUISTAS
A criminalização da homofobia e a consolidação de outras leis que reiteram o sujeito LGBT como sujeito de direito estão na pauta do dia. Ciente da importância deste momento político para a comunidade LGBT, Marcelo Lima entende a necessidade de haver melhor diálogo entre políticos e militantes da causa. “A deputada Ana Lúcia, o professor Iran Barbosa e a militância do PT sempre deram seu apoio, mas é necessário que mais políticos tenham um entendimento melhor sobre a diversidade sexual, e as reivindicações do movimento LGBT. Nós ainda estamos muito atrasados. A União Estável passou no Supremo, mas ainda não passou no Congresso. É uma verdadeira batalha”, concluiu.
PRIMEIRA PARADA
A primeira Parada do Orgulho Gay aconteceu após uma série de conflitos no Bar Stonewall Inn entre gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e a polícia de Nova Iorque em 1969. Stonewall foi um marco por ter sido a primeira vez que um grande número do público LGBT se juntou para resistir aos maus tratos da polícia para com a sua comunidade, e é hoje considerado como o evento que deu origem aos movimentos de celebração do orgulho gay em todo o mundo.
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