Para quando falarmos das guerras

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alipio

Alipio Freire São Paulo, 3 de janeiro de 2009

Quando falarmos das guerras sejamos contidos A simples emoção só ampliará os conflitos.

Quando falarmos das guerras baixemos o tom milhões de filhos de trabalhadores e do povo morrem nas trincheiras por causas que não são suas.

Quando falarmos das guerras falemos com recato Para não acordarmos os meninos que dormem nas frentes de batalha. Respeitemos seu último sono.

Quando falarmos das guerras falemos com todo respeito Para transformamos o desespero de mães, viúvas e órfãos em gritos de paz.

Quando falarmos das guerras não esqueçamos que o inimigo é a guerra Os nossos únicos companheiros são os povos.

Quando falarmos das guerras falemos da igualdade entre os homens Comecemos por apagar as fronteiras nacionais. Quando falarmos das guerras Lembremos que o inimigo alimenta os dois lados É o capital.

Quando falarmos das guerras Lembremos que só há uma trincheira legítima A de nos negarmos a combater.

Quando falarmos das guerras saquemos nossa melhor arma A bandeira da paz e do socialismo. Falar das guerras é o avesso de falarmos da Revolução Embora nossos companheiros e palavras-de-ordem sejam sempre os mesmos.