Existe escravidão na Educação Infantil brasileira, diz especialista

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Secretario de Assuntos Educacionais da CNTE professor Gilmar Soares Ferreir

Secretario de Assuntos Educacionais da CNTE professor Gilmar Soares Ferreir

Durante a reunião temática para discutir a “Educação Infantil como Direito e Política de Estado”, dentro das atividades que precede o IV Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano, em Belo Horizonte, a professora Jaqueline Pasuch, do Mieib/Brasil, disse que a Lei Áurea não foi assinada para os profissionais da educação na primeira infância, pois nos estabelecimentos ainda tem muitos técnicos que fazem tudo, por falta de estrutura e prioridade da política educacional nesta modalidade.

Segundo a professora, com mais de 32 anos de magistério, a escrava negra de canela fina que servia para cuidar os filhos dos brancos nos séculos passados continua presente nas escolas de todo o Brasil. “Ela que faz tudo e não recebe nem 10% do valor pago aos profissionais, que já ganha mal. Temos que acabar com isso no país”, ressaltou Jaqueline.

Para o secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, professor Gilmar Soares Ferreira, a educação infantil como direito é fundamental para condição para socialização, desenvolvimento sócio-psico-afetivo integral da criança e, por consequência, melhor aprendizado nos anos sequentes na escola.

“Nós defendemos o Sistema Único de Ensino ou Educação, a formação e valorização profissional igual para os educadores desde a educação infantil até o ensino médio, além de uma carreira única. Só assim vamos garantir uma política educacional de qualidade desde a primeira infância”, afirma Gilmar Soares.

O professor Gilmar defende ainda que o piso salarial deve ser único e a jornada compatível e única em uma só escola. A Reunião continua até o final da tarde, quando os participantes vão elaborar as linhas de ação para a organização sindical intervir nas políticas da primeira infância nos países da América Latina e no Brasil.