Interditado pela Prefeitura Municipal de Aracaju, através da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), desde maio de 2009, o antigo prédio do Diário de Aracaju e que também abrigou a Rádio Jornal de Sergipe AM-540 aguarda na Justiça a definição de medidas que solucionem os problemas de estrutura, hoje comprometida. Localizado no centro da capital (Avenida Ivo do Prado s/n, esquina com rua de Própria), o imóvel declarado de interesse cultural foi também onde o professor Manoel José Bomfim fixou residência, em Sergipe.
Neste sentido, a Assembleia Legislativa encaminhou ao governador Marcelo Déda, ainda em 2010, propositura apresentada pela deputada estadual Ana Lucia (PT) solicitando a transformação do prédio em ‘Memorial Educador Manoel Bomfim’.
“A criação do Memorial Educador Manoel Bonfim’ não é um simples ato de preservação do patrimônio histórico e intelectual sergipano, e sim de revivo da história intelectual e educacional de Sergipe”, afirma Ana Lucia.
O pedido é para que sejam adotadas todas as medidas que se fizerem necessárias para a desapropriação do prédio, situado. Além de educador, Manoel José Bonfim também atuou enquanto médico e deputado federal por Sergipe.
“O imóvel se encontra deteriorado e abandonado, inclusive com riscos de desabamento, necessitando, portanto, de restauração urgente, que recupere suas características originais. O imóvel é o que resta do local onde por muitos anos foi a residência oficial de uma das mais destacadas personalidades sergipanas, Manoel José Bomfim, nascido em Aracaju no ano de 1868 e falecido no Rio de Janeiro em 1932”, destaca Ana Lucia.
Sobre Manoel Bomfim
Manoel Bomfim foi também um professor apaixonado pela educação e o ensino. “A designação de um espaço oficial com fins de visitação e pesquisa para docentes, discentes e teóricos, que reúnam informações e objetos que fizeram parte da trajetória da vida de Manoel Bonfim e as suas contribuições para uma sociedade democrática e desenvolvida, especialmente a sergipana, será motivo de orgulho para a sociedade”, ressalta Ana Lucia.
Para a deputada petista, a criação do espaço encerrará uma dívida histórica e cultural pendente no Estado que é o devido reconhecimento ao ilustre educador sergipano que tanto contribuiu com o avanço do pensamento literário e social brasileiro.
“É possível dizer que Bonfim antecipou algumas idéias posteriormente correntes à época de Ernst Bloch e Antonio Gramsci em sua interpretação da sociedade. Suas diferenças e contraposições aos pensamentos hegemônicos da época pode ser entendido como um dos principais motivos do porquê de Bomfim ter sido ‘esquecido’ na historiografia brasileira”, avalia Ana Lucia.