“Sorte”. É a única coisa que pode explicar o fato do teto da quadra da Escola Municipal Adília de Aguiar Leite, em Carmópolis, não ter caído sobre nenhuma criança, professora, professor ou qualquer outro funcionário da escola, já que o desastre aconteceu no final de semana, no último sábado, dia 22. Na verdade, não seria necessário a “sorte” se a prefeitura fizesse seu trabalho e não agisse com descaso em relação as escolas municipais.
E é justamente a pergunta que fica após o ocorrido: até quando a prefeitura municipal acha que vai poder contar com a “sorte” ao invés de cumprir com sua obrigação e cuidar da estrutura física das escolas municipais de Carmópolis e da integridade de seus estudantes e trabalhadores?
À frente da prefeitura municipal de Carmópolis, a gestão da prefeita Esmeralda Cruz, infelizmente, tem sido marcada por falta de zelo e indiferença quando o assunto é educação.
Em todos os atos e mobilizações de professoras e professores do município, a categoria sempre cobra da prefeita melhorias nas estruturas físicas das escolas municipais. Os prédios que abrigam as unidades de ensino precisam passar urgentemente por reformas.
A estrutura precária das escolas municipais, que vai desde os banheiros às salas de aula, não confere a estudantes e professores um espaço adequado para a construção do processo de ensino e aprendizagem. E com o ocorrido na Escola Municipal Adília de Aguiar Leite demonstra que também não confere segurança e coloca em risco crianças, professoras, professores e demais funcionários das unidades de ensino.
Além disso, professoras e professores têm exigido melhores condições de trabalho nas escolas, alimentação escolar digna para as crianças e jovens matriculados na rede municipal de ensino e transporte escolar adequado para os estudantes.
Para o coordenador de comunicação do SINTESE, na região do Vale do Cotinguiba, professor Gilvanir de Jesus, o que ocorreu demonstra a forma como a prefeitura de Carmópolis tem tratado as escolas e a educação da população.
“Se por um lado ficamos imensamente aliviados pelo teto da quadra ter caído em um sábado e não ter machucado ninguém, por outro nos sentimos inseguros porque não é de hoje que estamos denunciando a situação precária da estrutura física das escolas da rede municipal. A questão não pode ser tratada como uma mera “fatalidade”, ela deve ser vista pela população e pelas autoridades locais como um alerta, um sinal vermelho, sobre a urgente necessidade investimentos nas nossas escolas. A população e a educação de Carmópolis merecem respeito e não o descaso. Até quando iremos vivenciar tal descuido com nossas escolas e educação? A que ponto precisaremos chegar para que medidas sejam tomadas?”, questiona o dirigente do SINTESE.