SINTESE faz parte do Comitê Memória, Verdade e Justiça

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A Câmara Municipal de Aracaju foi palco, na tarde de ontem, 20 de fevereiro, da instalação do Comitê Memória, Verdade e Justiça, fundado pelo ex-vereador por Aracaju e vítima da ditadura, Marcélio Bonfim.

Sem fins lucrativos, sem caráter político-partidário e não remuneratório, o Comitê busca mobilizar a sociedade como um todo para não permitir o esquecimento do horror praticado durante o período da ditadura militar no Brasil e fazer com que a justiça prevaleça.

“Nós queremos fazer uma exumação da memória e da história. Não podemos permitir que, após sessenta anos, ainda não saibamos o que aconteceu com as pessoas que desapareceram naquele período. Não podemos permitir que os responsáveis pela perseguição, prisão, exílio, desaparecimento e morte de cidadãos e cidadãs sigam impunes nos registros da nossa História”, disse Marcélio, lembrando que, em abril deste ano, este período sombrio da História do Brasil completa sessenta anos.

“Tudo isso não pode cair no esquecimento para evitarmos que se repita, como quase aconteceu na tentativa de golpe em janeiro do ano passado”, ressaltou. “Precisamos sempre trabalhar esta pauta nas escolas, nas faculdades, nas rodas de conversa. Não podemos esquecer jamais para não aconteça de novo. Enquanto eu tiver vida, enquanto eu tiver saúde vou estar sempre preparado para impedir a instalação de uma nova ditadura no Brasil”, reforçou.

O Comitê Memória, Verdade e Justiça é composto por diversas entidades representativas e da sociedade civil, entre elas a CUT Sergipe e o SINTESE.

“O SINTESE apoia a decisão das vítimas da ditadura, que contestaram o relatório final, cheio de falhas. Não podemos compactuar com o soterramento da verdade. A Justiça precisa ser feita”, disse Professor Dudu, dirigente do SINTESE.

“Não podemos deixar que se faça um escamoteamento da verdade. Não houve revolução em 1964. O que tivemos foi um golpe militar, que resultou em 21 anos de ditadura, responsável pelo desaparecimento e morte de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e isso não pode passar impune”, destacou Caroline Santos, vice-presidenta da CUT Sergipe.