Uma caravana de migrantes centro-americanos, em sua maioria procedentes de Honduras, segue caminhando há cerca de quatro semanas rumo aos Estados Unidos, chegando no domingo (4) à Cidade do México. Considerado um verdadeiro êxodo, eles fogem da violência e da pobreza de seus países, que incluem ainda El Salvador e Guatemala. O grupo deve reunir-se em assembleia, ainda sem data marcada, para definir se seguem em direção à fronteira mexicana com os Estados Unidos, onde um grande contingente de soldados do exército americano os aguarda, a mando do presidente Donald Trump.
Segundo a imprensa local, milhares de pessoas ainda se deslocam no estado de Veracruz, no estado central de Puebla e no estado de Chiapas, no sul do México. Os primeiros migrantes chegaram no território mexicano no último dia 19 de outubro. Segundo a titular da Comissão de Direitos Humanos da Cidade do México, Nashieli Ramírez, a maioria dos 5 mil centro-americanos vão se dividir em dois grupos: um de pessoas que querem ir aos Estados Unidos, outro formados por aqueles que decidirem ficar no México.
A sacerdote explica que, cerca de 500 pessoas chegaram no domingo à capital mexicana e, no decorrer desta segunda são esperadas outras mil. “No caso da Cidade do México estamos trabalhando para tentar entender como esta cidade responde à tentação de abordar a migração como um assunto de segurança nacional ou aborda a migração como um assunto de segurança humana”, explica.
A marcha do grupo tornou-se um problema político de importância central, ganhando uma declaração de desaprovação de Donald Trump, que os acusou de “entrar ilegalmente nos Estados Unidos” e, em seguida, ameaçou enviar o exército para a fronteira.
Na última quinta-feira (1º), o líder dos Estados Unidos disse que as tropas ficariam livres para atirar em imigrantes que atirassem pedras neles. A fala do presidente incentivou grupos locais. O jornal Washington Post denunciou, em sua edição deste domingo, a presença crescente de grupos milicianos armados na fronteira com o México.