Cesta básica tem recuo de até 7,80%

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Em março, apenas duas – Rio de Janeiro (2,07%) e Belém (0,70%) – das 17 capitais onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram aumento no preço do conjunto de produtos alimentícios essenciais. Em sete localidades, as retrações superaram 5,0%, com destaque para Curitiba (-7,80%), Aracaju (-7,18%), São Paulo (-6,51%), Vitória (-6,27%) e Florianópolis (-6,04%).

Apesar da queda de 3,37% verificada em Porto Alegre, a capital gaúcha continuou a ter, em março, a cesta mais cara (R$ 238,73). Com a elevação ocorrida no mês, o segundo maior valor foi apurado no Rio de Janeiro (R$ 228,15), enquanto São Paulo ficou em terceiro lugar (R$ 221,90). Aracaju (R$ 167,37), João Pessoa (R$ 174,72) e Recife (R$ 175,48) foram as capitais onde o custo foi mais baixo.

Com base no valor da cesta mais cara – apurado em Porto Alegre –  e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Com a queda no custo da cesta, o valor do mínimo necessário também diminuiu, ficando em R$ 2.005,57, que representa 4,31 vezes o salário mínimo vigente (R$ 465,00). Em fevereiro, o piso mínimo era estimado em R$ 2075,55 (4,46 o menor salário oficialmente pago) enquanto em março do ano passado este valor era de R$ 1.881,32, ou seja, 4,53 vezes o mínimo de R$ 415,00.

Variações acumuladas

Em quinze capitais, a variação acumulada no custo da cesta básica, no primeiro trimestre de 2009, foi negativa. As maiores quedas, entre janeiro e março, ocorreram em Aracaju (-13,41%), João Pessoa (-12,88%), Florianópolis (-10,39%) e Belo Horizonte
(-10,28%). Os aumentos foram apurados em Belém (2,00%) e Salvador (0,18%).  

A variação acumulada em 12 meses – entre abril de 2008 e março último – é inferior, na maior parte das capitais pesquisadas, ao reajuste de 12,05% concedido ao salário mínimo em fevereiro último. A única exceção é Salvador, aonde o aumento chega a 12,86%. Porto Alegre (10,46%) e Goiânia (10,15%) tiveram alta acima de 10,0%. Três localidades registraram deflação para o período: Belo Horizonte (-3,23%), São Paulo
(-0,91%) e Aracaju (-0,51%).  Ainda não existem dados anuais para Manaus.

TABELA

Pesquisa Nacional da Cesta Básica

Custo e variação da cesta básica em 17capitais

Brasil – março 2009

Capital

Variação

Mensal

(%)

Valor da

Cesta

(R$)

Porcentagem do Salário Mínimo Líquido

Tempo de

Trabalho

 

Variação

no ano

(%)

Variação

Anual

(%)

Rio de Janeiro

 2,07

228,15

53,33

107h 57min

-4,85

 6,28

Belém

 0,70

203,04

47,46

 96h 04min

2,00

 6,63

Goiânia

 -0,90

209,21

48,90

 98h 59min

-0,10

10,15

Salvador

 -1,86

193,41

45,21

 91h 30min

 0,18

12,86

Fortaleza

 -2,16

179,20

41,89

 84h 47min

-9,18

 2,34

Recife

 -2,47

175,48

41,02

  83h 01min

-4,43

 5,63

João Pessoa

 -2,54

174,72

40,84

 82h 40min

-12,88

 2,87

Porto Alegre

-3,37

238,73

55,80

112h 57min

-6,33

10,46

Manaus

 -4,31

216,27

50,55

102h 19min

-4,23

(—)

Belo Horizonte

-4,92

206,59

48,29

 97h 44min

-10,28

-3,23

Natal

 -5,25

191,73

44,82

 90h 43min

-9,90

6,23

Brasília

-5,90

217,50

50,84

102h 54min

-7,90

 8,30

Florianópolis

 -6,04

214,20

50,07

101h 21min

-10,39

 5,80

Vitória

-6,27

217,91

50,94

103h 06min

-4,23

 5,37

São Paulo

 -6,51

221,90

51,87

104h 59min

-7,34

-0,91

Aracaju

-7,18

167,37

39,12

 79h 11min

-13,41

-0,51

Curitiba

 -7,80

210,56

49,22

 99h 37min

-8,21

 6,89

 Fonte: DIEESE

Obs.: (—-) Dado inexistente

 

Cesta x salário mínimo

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