A concentração será às 15h na praça entre os mercados no centro de Aracaju
Movimentos sociais e trabalhistas sergipanos se unem para o dia nacional de lutas no próximo dia 7. A ato acontecerá em todo o Brasil como um marco contra votação do Projeto de Lei 4330 que trata da ampliação da terceirização para todos os níveis da atividade trabalhista. A classe trabalhadora caminhará nas ruas de Aracaju para conscientizar a sociedade sobre os prejuízos que esse projeto representa para os trabalhadores brasileiros.
Além disso, os trabalhadores caminharão em defesa da democracia brasileira, da Petrobras, pela reforma agrária, pelo combate à corrupção, manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores, democratização da Comunicação e pela Constituinte pela reforma política. A luta contra o retrocesso, contra o golpe e contra a corrupção é de todos e todas.
A concentração do ato público será na praça entre os mercados no centro de Aracaju a partir das 15h.
Plenária em Defesa da Democracia Brasileira
As estratégias de como dialogar de forma mais ampla com a sociedade sobre o atual cenário político e econômico no Brasil foram colocadas na última quarta-feira, 1o, na Plenária em Defesa da Democracia Brasileira. Centenas de participantes dos movimentos sociais populares e trabalhistas se reuniram no auditório da Didática V na Universidade Federal de Sergipe (UFS), focados na mobilização dos movimentos progressistas sergipanos.
Para incentivar a reflexão e o debate foram convidados Alexandrina Luz, professora doutora do departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe; Rubens Marques, presidente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT/SE) e Gislene Reis coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Sergipe (MST).
Na opinião da professora Alexandrina, estamos sendo ameaçados por um golpe militar. Contando sua experiência na década de 60, ela foi enfática ao dizer “toda vez que há emancipação do trabalhador é necessário o golpe”. Segundo Alexandrina, tal situação incomoda não só a burguesia brasileira, mas também ao capital internacional que, por estar em crise estrutural, precisa de uma válvula de escapa para se manter. Por isso o atual cenário de golpe não está sendo engendrado somente por forças conservadoras brasileiras, mas também internacionais e, por isso, nossas ações devem extrapolar os limites territoriais.
Para ela, não somente o cenário golpista deve impulsionar a mobilização dos setores mais progressistas da sociedade brasileira, mas também chamar a atenção para a estrutura do capital que, através do que ela denomina “democracia do dinheiro”, acaba ampliando ainda mais as desigualdades. A ilusão de que através do consumo seremos uma sociedade melhor deve ser superada. “É preciso destruir a estrutura do capital para que haja a revolução”, finalizou.
Importância da unidade
O presidente da CUT/SE, Rubens Marques, fez uma reflexão traçando um paralelo entre as manifestações de junho de 2013 e as que estão ocorrendo este ano. “Hoje temos um cenário diferente. Em 2013 foi-se às ruas por mais políticas públicas, por mais participação do Estado. O que vemos hoje é que a luta de classe está declarada e que o discurso do ódio e da intolerância tem calcado muitas das manifestações”, apontou.
Ele conclamou a “unidade da esquerda brasileira”, pois não dá para “ficar omisso em um momento de crise”. Além disso, apontou que há sim um cenário de golpe, mas não se espere que isso venha dos militares com os “tanques na rua”. Para ele o golpe virá através do Judiciário, do Congresso Nacional ou de uma articulação de ambos, a exemplo do ocorrido em Honduras e no Paraguai.
O representante dos trabalhadores no debate voltou a frisar que a luta é para manter o estado democrático de direito e que haja mudanças que garantam e ampliem os direitos dos trabalhadores. “Vamos para as ruas para dizer que não aceitamos direitos a menos”, afirmou. A mesma linha de raciocínio foi defendida por Gislene Reis enfatizando que as reformas necessárias para se suplantar as desigualdades somente irão acontecer se houver mobilização da sociedade nas ruas. “Precisamos entender que temos um papel importante de formar e conscientizar a sociedade brasileira, trazer aqueles que não estão organizados em movimentos para que juntos caminhemos, pois sem o povo nas ruas não teremos as reformas que necessitamos”, apontou.
Com esse sentimento de união, os diversos movimentos sociais e sindicais sairão com a tarefa de mobilizar a sociedade sergipana para a participação no ato público do dia 7 de abril.
Pelo quê os movimentos progressistas vão às ruas no dia 07
1. Contra o golpe e em defesa da democracia. Falas e atos conservadores tem defendido intervenção militar e volta da ditadura em nossos país. O trabalhadores e os movimentos populares são contra esse retrocesso e, ao contrário, estão e sempre estiveram nas ruas em prol da democracia.
2. Contra a política de ajustes neoliberais. A Frente é contra cortes do Governo com gastos sociais.
3. Defesa da Petrobras. Não somente a empresa, mas o petróleo é do povo brasileiro e tem que continuar sendo.
4. Denunciar os corruptos. Sejam os da Petrobras, das contas secretas da Suíça, da Alstom, dos trens e metrô de São Paulo. É necessário denunciar e, acima de tudo, exigir a punição dos corruptos.
5. Reforma politica. Com os três estágios necessários: Aprovação no STF da proibição do financiamento privado das campanhas e, para isso, o ministro Gilmar Mendes precisa devolver o processo; a aprovação do projeto de lei da coalização democrática e a aprovação do plebiscito para convocação de uma assembleia constituinte).
6. Democratização da Comunicação. É necessário garantir diversidade e pluralidade na mídia e isso somente será possível acabando com o monopólio que empresas e políticos exercem nos meios de comunicação.
7. Reforma tributária. É necessário que se cobre impostos sobre as grandes fortunas, a exemplo das transferências de lucro para exterior, entre outros. Que os ricos paguem a conta!
8. Defesa de Direitos. Impedir a votação do Projeto de Lei 4330/04, da terceirização, e conscientizar a sociedade sobre o prejuízo que esse PL representa para a classe trabalhadora. A favor do emprego e dos direitos dos trabalhadores.