A última sexta-feira, dia 17, foi dedicada a visitas às escolas da rede estadual de
Poço Redondo e de Nossa Senhora da Glória. O professor Roberto Silva dos Santos, do departamento de Base Estadual visitou a escolas e conversou com professores, alunos e membros das equipes diretivas.
Foram visitados: Centro Estadual de Educação Prof. Dom José Brandão de Castro; as escolas Teotônio Alves, Durval Rodrigues Rosa (pov. Bonsucesso), Professora Josefa Marques (Pov. Sítios Novos), e também os colégios: Justiniano de Melo e Silva, Professora Noêmia de Souza, Antonio Almeida de Oliveira, os dois últimos localizados no povoado Santa Rosa do Ermírio.
Diversas situações foram encontradas, escolas reformadas (Teotônio Alves e Josefa Marques) e escolas precisando de reformas e unidades de ensino onde a política educacional implantada pela Secretaria de Estado da Educação deixou a escola quase sem alunos.
Teotônio Alves
Um caso curioso é o da Escola Estadual Teotônio Alves China, localizada na sede do município. A reforma terminou há mais de um mês, mas o prédio continua fechado, aguardando somente a agenda do governador.
Enquanto isso os alunos estão “abrigados” em duas casas onde quartos apertados se transformaram em sala de aula, sem bebedouro e o único banheiro de uma das casas não funciona, obrigando os alunos a fazerem as necessidades fisiológicas num terreno aos fundos da casa.
As condições caóticas das duas casas onde funciona a escola fizeram a matrícula sofrer uma redução de 50%. A escola iniciou o ano letivo de 2010 com 600 alunos, hoje tem cerca de 300.
Josefa Marques
Os alunos da escola já estão no novo prédio, mesmo sem ele ter sido inaugurado oficialmente, isso porque o dono do local onde funcionou a escola durante a reforma, tinha fechado as portas e não deixado mais a escola funcionar lá depois que o Estado atrasou dois meses de aluguel.
A atual preocupação da comunidade escolar é com o transporte dos alunos. As aulas estão previstas para terminar no mês de janeiro, mas os ônibus que fazem o transporte escolar só funcionarão até o mês de dezembro, de acordo com o calendário escolar da rede municipal.
Dom José Brandão de Castro
O prédio, localizado às margens da rodovia que corta o município, onde hoje funciona a escola que oferece os cursos de Agropecuária e Agroindústria pertence ao município e também abriga a escola municipal.
Faltam professores para a base curricular e também para os cursos profissionalizantes. Atualmente só há quatro educadores efetivos na escola, dos 20 que a escola necessita.
Como a escola funciona em regime de semi-internato há a necessidade de um monitor pedagógico para acompanhar os alunos nas aulas práticas e dentro da escola para monitorá-los nos períodos em que eles dormem na unidade de ensino, hoje não há monitor.
Um trator, que a escola conseguiu a partir de uma emenda parlamentar do deputado federal Iran Barbosa, e um pulverizador doado pela Secretaria de Estado da Agricultura estão parados por falta de combustível.
As diversas solicitações da direção da escola para a SEED garantir combustível recebem sempre a negativa da SEED. Além disso, as duas máquinas estão estacionadas no pátio da escola sem uma cobertura para protegê-las do clima e os alunos brincando nas intermediações correm risco de acidentes.
“Outra preocupação da direção e dos alunos é a falta de um ônibus para que os alunos realizem as aulas práticas, pois a base curricular do ensino profissionalizante é organizada em 15 dias de aulas teóricas e 15 dias de aulas práticas. Entretanto, as aulas práticas estão sendo prejudicadas por falta de transporte. As solicitações da escola não são atendidas, prejudicando a formação dos estudantes. O mais sensato era a SEED fazer a doação de um ônibus com motorista e com combustível para que esse problema seja solucionado”, explicou Roberto.
Durval Rodrigues Rosa
A escola que funciona da 5ª a 8ª séries, localizada no povoado Bonsucesso, encontra-se em péssimas condições de conservação e não contem área para atividade física dos estudantes.
Durante todo ano letivo, o quadro de professores ficou restrito a apenas três efetivos (História, Geografia e Ciências). Para os alunos não ficarem sem aula um funcionário administrativo e a direção se responsabilizaram em ministrar as aulas dos demais componentes curriculares, mas não sabem como resolver a questão das notas dos alunos e as atividades no diário de classe, pois o ano letivo já foi encerrado na escola.
Justiniano de Melo e Silva
A maior apreensão da escola é com o histórico escolar dos 15 estudantes que fizeram o vestibular, pois não há professor de Física na escola. A outra preocupação dos alunos é o transporte escolar, uma vez que o ano letivo encerará apenas em janeiro e os ônibus só rodam até dezembro.
Professora Noêmia de Souza
A escola localizada no povoado Santa Rosa do Ermírio está com uma parte interditada com risco real de desabamento. A quadra de esporte está em péssimo estado de conservação. Faltam professores de Educação Física, Física e Química e a escola funciona apenas com Ensino Médio.
Com a justificativa de reordenar a rede, em 2009 as turmas de 5ª a 8ª série foram extintas. O resultado dessa ação fez com que a escola que tinha uma média de 1000 alunos conte hoje com apenas 250.
Mais uma vez o transporte escolar preocupa, pois administração municipal só garante o transporte até 20 de dezembro, mas as aulas só encerram no mês de janeiro.
“De um problema para o outro. Até então os alunos não tinham aula por falta de professor, agora eles vão sofrer coma falta de transporte. É preciso que a Secretaria de Estado da Educação tome uma providência, já que os municípios recebem recursos para transportar os alunos da rede estadual”, disse Roberto.
Antônio Almeida de Oliveira
A Escola Estadual Antônio Almeida de Oliveira apesar de constar no site da Secretaria de Estado da Educação como parte da rede estadual, a escola que também se localiza no povoado Santa Rosa do Ermírio, foi municipalizada e tem agora o nome de Ermínio Torres, apesar de na fachada ainda constar o antigo nome.
A escola funciona nos três turnos com uma média de matrícula de 700 alunos. Para o professor Roberto, há princípio não há justificativa para que a escola fosse entregue para o município administrar.
Nossa Senhora da Glória
Receberam a visita do dirigente do SINTESE o Colégio Cícero Bezerra e o Centro de Excelência Manuel Messias Feitosa.
A primeira escola está funcionando num prédio de um antigo clube do município. O local não oferece nenhuma condição para que uma escola com 1300 alunos (segundo dados da SEED) funcione. “É lamentável que alunos, funcionários e professores tenham tido que se sujeitar a estas condições, com pensar num processo de ensino e aprendizagem num local como este”, questionou o membro da direção executiva do sindicato. A informação é que o novo prédio já está pronto.
Obras ao lado e aos fundos da escola permanecem inacabadas, num claro desperdício do dinheiro público. De acordo com informações os espaços serviriam como vestiário e refeitório. O término das obras está previsto para 2012.